Aparelho Respiratório

Aparelho respiratório é o conjunto de estruturas envolvidas no transporte de ar até os pulmões onde ocorrem as trocas gasosas entre o ar inspirado e a corrente sanguínea. Tem como principais funções a respiração, olfação, fonação, regulação da temperatura corporal e excreção de eletrólitos.

O ar percorre o aparelho respiratório no seguinte sentido: narinas -> nariz externo -> cavidade nasal -> seios paranasais -> nasofaringe -> laringe -> traqueia -> brônquios -> bronquíolos -> alvéolos

Os principais órgãos e regiões envolvidos nesse processo são:

Nariz externo

O nariz externo é composto pelas narinas, vestíbulo e focinho.

As narinas, representadas pelas aberturas por onde o ar entra e sai, são a porção mais externa do aparelho respiratório.

Nos equinos elas apresentam o divertículo lateral. Em todas as espécies tem o formato de vírgula, exceto nos suínos que tem o formato arredondado devido ao osso rostral presente nesta espécie.

A porção contínua à narina internamente é chamada de vestíbulo, sendo representado pela porção pilosa. Já o focinho é a porção cartilaginosa do nariz.

Fonte: Agrupado de Google Imagens

Cavidade Nasal

É a região que se estende do vestíbulo até a nasofaringe. Tem como principais funções aquecer, umidificar e purificar o ar e reconhecer odores. É composta pelas conchas nasais sendo elas dorsal, ventral e etmoidal. Os espaços entre as conchas formam os meatos: dorsal, médio e ventral. O meato dorsal envia ar para as conchas etmoidais, o médio para os seios paranasais e o ventral para os pulmões. O meato comum consiste no espaço entre as conchas e septo nasal e conduz o ar para diferentes tipos de meatos e para o pulmão auxiliando o meato ventral. 

Fonte: Adaptado de Setor de Morfologia DVT/UFV

Seios Paranasais

São expansões da cavidade nasal para o interior dos ossos do crânio. Têm a função de proteger o crânio contra choques mecânicos, aumentar a área do crânio para inserção de músculos, promover ressonância do som emitido e diminuir a densidade óssea.

Seios paranais de bovino. Fonte: Adaptado de Tratado de Anatomia Veterinária

Nasofaringe

Nasofaringe é a região da faringe que faz parte das vias aéreas. Comunica-se com a cavidade nasal por uma abertura denominada coana. Equinos possuem duas coanas e demais espécies apenas uma.

Na nasofaringe há uma abertura que a comunica com a tuba auditiva denominada óstio faríngico.  Nos equinos uma dilatação da tuba auditiva forma a bolsa gutural que produz muco que é drenado para a nasofaringe. A função da bolsa é resfriar o sangue que irrigará o cérebro. Problemas na obstrução do canal podem levar a um acúmulo de muco, provocando inchaço na cabeça do animal. Caso isso ocorra deve ser feita uma incisão para drenagem do muco.        

Fonte: Adaptado de Setor de Morfologia DVT/UFV e Google Imagens

Laringe

É o conjunto de cartilagens localizadas na região da laringofaringe, que vai conectar a faringe a árvore traqueobrônquica. São quatro cartilagens:

• 3 ímpares (epiglote, tireoide e cricoide)
• 1 par (aritenoides)

Todas elas são cartilagens hialinas, exceto a epiglote, que é cartilagem elástica. As principais funções da laringe são:

• Fechar a entrada da traqueia na deglutição;
• Respiração;
• Fonação;
• Regulação da pressão intratorácica.

A cavidade da laringe é dividida em 3 regiões: vestíbulo, glote (com a rima da glote) e cavidade infraglótica.

Fonte: Adaptado de Tratado de Anatomia Veterinária

Traqueia

É um tubo responsável por conduzir o ar da laringe até os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas. Percorre toda a extensão do pescoço, entra na cavidade torácica e se divide em dois brônquios principais, um para cada pulmão. A traqueia mantem-se aberta constantemente, devido a ser composta por anéis de cartilagem, que impedem seu colabamento, uma vez que o ar não tem força suficiente para abrir passagem.

O anel cartilaginoso da traqueia apresenta-se de diferentes formas de acordo com cada espécie, sendo achatado dorso-ventralmente em carnívoros e equinos, redondo nos suínos e achatado latero-lateralmente nos ruminantes. O que diferencia o anel em carnívoros e equinos é que nos primeiros o músculo traqueal é dorsal ao anel, e nos equinos é ventral, bem como nas outras espécies.

Fonte: Tratado de Anatomia Veterinária

Brônquios

São tubos semelhantes à traqueia, que conduzem o ar desta até o interior dos pulmões. A diferença entre traqueia e brônquios é, além do calibre, o anel de cartilagem, sendo que este é semiaberto na traqueia e completamente fechado nos brônquios. O ponto de bifurcação entre os brônquios chama-se carina traqueal. Em suínos e ruminantes há a presença de um terceiro brônquio, o traqueal, que emerge da traqueia no lobo cranial direito do pulmão.

            

Fonte: Adaptado de Google Imagens e Setor de Morfologia DVT/UFV

Pulmões

Órgãos pares contidos na cavidade torácica, onde ocorrem as trocas gasosas (hematose). Apresentam coloração rósea em condições normais. Cada pulmão possui uma base (superfície diafragmática), um ápice (superfície voltada cranialmente), e duas superfícies laterais (uma costal, em contato com as costelas, e uma medial, voltada para o mediastino).

Possuem uma região denominada hilo pulmonar, que é onde se encontra a raiz pulmonar, composta por brônquios, vasos e nervos que chegam ou saem do pulmão.

Pulmão evidenciando hilo pulmonar e raiz pulmonar. Fonte: Adaptado de Tratado de Anatomia Veterinária

Os pulmões são divididos em lobos, e esta lobação é diferente em cada espécie, como mostrado na tabela e imagens. 

Espécie	Pulmão Esquerdo		Pulmão direito
Cão e Gato	Lobo cranial	Porção cranial	Lobo cranial
		Porção caudal	Lobo médio
	Lobo caudal		Lobo caudal
			Lobo acessório
Suíno	Lobo cranial	Porção cranial	Lobo cranial
		Porção caudal	Lobo médio
	Lobo caudal		Lobo caudal
			Lobo acessório
Ruminantes	Lobo cranial	Porção cranial	Lobo cranial	Porção cranial
		Porção caudal		Porção caudal
	Lobo caudal		Lobo médio
			Lobo caudal
			Lobo acessório
Equinos	Lobo cranial		Lobo cranial
	Lobo caudal		Lobo caudal
			Lobo acessório

Fonte: Adaptado de Tratado de Anatomia Veterinária

Pleura e Mediastino

A cavidade torácica se estende das primeiras costelas até o diafragma e é, juntamente com os órgãos contidos nela, revestida por uma membrana serosa, a pleura. O revestimento feito pela pleura é tal que se formam dois sacos pleurais, os quais, no animal saudável, estão preenchidos por alguns milímetros de líquido seroso, que permite um deslizamento entre os pulmões e a parede torácica. Os sacos pleurais formam a cavidade pleural.

De acordo com a região que a pleura toca, ela recebe diferentes denominações:

• Pleura visceral ou pulmonar: reveste os pulmões;
• Pleura costal ou parietal: reveste as paredes laterais da cavidade torácica;
• Pleura diafragmática: toca o diafragma;
• Pleura mediastinal: forma o mediastino.

Esse mediastino é o espaço mais ou menos no eixo sagital mediano, delimitado pelos sacos pleurais, e também recebe diferentes nomenclaturas conforme a região: mediastino cranial, médio e caudal.

Fonte: Adaptado de Tratado de Anatomia Veterinária

Referências Bibliográficas

• Aulas de Aparelho Respiratório do Professor Laércio dos Anjos Benjamin
• Dyce, K. M.; Tratado de Anatomia Veterinária (2011)